domingo, 27 de dezembro de 2009

The House of the Devil, Ti West


Este suspense dirigido pelo moleque Ti West aborda um tema que muito me agrada: o complô satânico, que originou grandes obras do horror como “Corrida com o Diabo” e “O Bebê de Rosemary.” O filme tem um ritmo anacrônico e quem gosta uma cadencia mais lenta que caminha sem pressa para o final, vai apreciar esta película que se passa nos anos oitenta. A história é simples que só ela: uma garota em dificuldades financeiras, aceita um trabalho de babá em uma noite onde um eclipse está para acontecer. Não é preciso dizer que a família é sinistra e a empreitada se mostra arriscada. A fita, além de se passar na década de oitenta, tem características na fotografia e na narrativa, que nos remete ao cinema de horror daquela época. Um suspense com ar saudosista e que, sobretudo, faz justiça a um tema tão maltrato nos dias de hoje, o satanismo. Não faria feio na saudosa “Casa do Terror”. Gostei bastante.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Megan Fox





Feliz natal a todos!
Sob as bênçãos de Megan Fox, que 2010 seja um ano dez vezes melhor que este!
Até lá, valeu!

Anticristo, de Lars Von Trier


Lars Von Trier continua sendo o pior diretor pornô do mundo, no entanto, tirando seu prólogo brega, Anticristo é o melhor filme do diretor espertalhão.

Helloween II, de Rob Zombie


Depois do fiasco da refilmagem do primeiro Helloween, Rob Zombie acerta a mão nesta continuação que traz um aspecto mais realista a saga de Michel Mayers para reunir sua família. Na verdade, a reunião dos membros da família é a questão principal da fita, e Rob Zombie mostrou talento em conduzir o filme do ponto de vista do assassino. Com um visual sujo – que lembra os filmes dos anos setenta - e um aspecto semi-documental ,o diretor, desta vez menos afetado, criou um filme de horror seco feito um osso e duro com uma pedra. Um oasis nos tempos crepusculares.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Filmes do mês de Novembro:



Estou mudando este mês, sem nenhum motivo relevante, a forma de classificar os filmes. Confira se estou sendo justo ou não.
Excelente *****
Muito bom ****
Bom ***
Regular **
Ruim *

Filmes:
Distrito 9 *****
O Casamento ***
O Trem do Inferno ***
Incendiário *1/2
Vampyres ***1/2
Banzé no Oeste ****
Diamante 13 **1/2
O Exterminador do Futuro (A Salvação) **
Fando & Lis ****
El Topo *****
A Montanha Sagrada *****
Atividade Paranormal ***
Rapaz Encrenqueiro ***
Waterloo ****
Fim de Caso ****
Bastardos Inglórios ***
Moon ****
Adrenalina 2 ** (poderia ter recebido mais uma estrelinha, porém é um filme covarde)

O Natal chegou mais cedo com a Mostra Alejandro Jodorowky!

Neste mês de Novembro, o SESC centro está presenteando os amantes do bom cinema com três grandes filmes do instigante diretor chileno Alejandro Jodorowky. São eles: Fando & Lis (de 1968), El Topo (de 1970) e A Montanha Sagrada (de 1973). Para quem não sabe, Jodorowky é um dos realizadores mais originais e transgressores de sua época. Adepto de um cinema nada convencional, que exige do público disposição de apreciar (ou aceitar) realizações que, na sua estrutura narrativa e na sua mise en scène, se apresentam fora dos padrões que estamos habituados, seus filmes nunca atraíram grande público. Mesmo gozando de certa notoriedade nos anos setenta, o cinema de Jodorowky ficou restrito à mostras obscuras e cineclubes que apóiam cinema underground . Nunca tendo sido um diretor popular, esse chileno descendente de argentinos e russos que foi influenciado pelo movimento surrealista na França, onde também aprendeu mímica com nada menos que Marcel Marceau, é reverenciado por grandes diretores de cinema e tem, ao longo dos anos, formado um conjunto de seguidores fiéis.
El Topo, de Jodorowky assim como A Noite dos Mortos-Vivos, de Romero, são exemplos que películas que tornaram famosas as legendárias sessões da meia-noite, onde apreciadores de cinema, vampiros e desavisados passavam as noites em companhia de obras obscuras de cineastas “malditos”. No nosso caso, não é à meia-noite e sim às dezenove horas, onde teremos a oportunidade de conferir e passar algum tempo na inquieta e criativa imaginação de Alejandro Jodorowky.

Atividade Paranormal, de Oren Peli ***


Nos dias em que Madonna veio ao Brasil para tentar atenuar o sentimento da velha culpa judaico/cristã, estou eu desesperado por um filme de horror que preste ou que pelo menos não me mate de raiva. Depois de fuçar pelos canais costumeiros, me deparei com boas criticas ao filme “Atividade Paranormal”. O sucesso do filme na gringa não me espantou, já que eles engolem qualquer coisa que tenha uma boa campanha de marketing - na verdade, nos também. O trailer, apesar de interessante, me deixou com uma pulga atrás da orelha devido aos chiliques dos moleques cagões que estavam no San Diego Comic Com - Pois é ninguém lança mais filmes em festivais, só nesses encontros de nerdes; Sinal dos tempos, meu irmão! Bom, finalmente consegui assisti-lo depois de uma certa insistência de meu irmão, que está se tornando especialista no gênero. E não é que o negocio é bom! A história não tem um pingo de originalidade e os atores são fraquinhos, mas quem se importa? O diretor é esperto e soube tirar proveito da falta de grana. Para quem não sabe, o filme custou onze mil dólares. Com muita criatividade e bom senso, o diretor, que segundo consta, fez o filme na própria casa, realizou uma exemplar fita de horror. É verdade que o roteiro está cheio de furos e carecia de uma melhorada e, convenhamos, tratar a historia como fato verídico, já está enchendo o saco e só surte efeito nos moleques cagões de San Diego. Na história: um casal compra uma câmera para filmar os supostos eventos paranormais que acontecem em sua casa. No começo, o casal é tomado por certa euforia e descrença, sobretudo por parte do marido que toma a experiência como uma espécie de diversão. E é obvio que o caldo engrossa e a brincadeira se torna assustadoramente perigosa. Não é bom adiantar certos acontecimentos, mas a trama envolve demonologia, entidades malignas (um Incubus, acho eu), possessão etc. Algumas cenas são bem construídas e garantem uns bons calafrios na espinha, sobretudo no momento onde se entende o porquê da obsessão da entidade. Não vai matar ninguém de medo (se você não for um dos moleques de San Diego, claro), mas vai ficar na sua cabeça quando você apagar a luz para dormir e pensar: fecho ou não a porta do quarto?
A maré melhorou, já estou com “A Sede” pra conferir. Até lá.




WATERLOO, de Sergei Bondarchuk****

Ambiciosa produção do lendário produtor italiano Dino de Laurentiis, junto com a MOS filme, da União Soviética. Dirigida pelo especialista em filmes que exigem multidões, Sergei Bundarchuk, a fita é uma obra sobre os últimos anos do império de Napoleão Bonaparte (Rod Steiger) tendo como ponto central a lendária batalha que batiza o filme de 1970. Os roteiristas optaram por apresentar o personagem de Napoleão longe de suas contradições e das questões políticas que são de suma importância para se entender a história; sem a burguesia não existiria Napoleão, por exemplo. Mas esse “ato-falho” dos roteiristas não prejudica o filme que tem sua força nas impressionantes cenas da batalha, filmadas com uma habilidade e um virtuosismo de cair o queixo e, principalmente, nas grandes atuações de Rod Staiger e Christopher Plummer; esse, simplesmente soberbo como o arrogante general Wellington. Plummer soube tirar proveito do personagem que, após o fim da batalha, se despe da prepotência inglesa quando se depara com a imagem aterradora do campo de batalha pilhado de corpos ensangüentados: “A pior coisa depois de perder uma batalha é vencê-la”. Outro dado interessante, é que as já mencionadas cenas de batalha foram filmadas graças à colaboração do glorioso Exercito Vermelho. Bons tempos...

BASTARDO INGLÓRIOS, Quentin Tarantino***

Este blog não é pra falar mal dos filmes. Entretanto, vou quebrar o protocolo aqui para dizer que não entendi o porquê de tanta babação de ovo em cima deste filme. A película tem, pelo menos, uma sequencia boa, a inicial que por sinal já vale o filme. O resto é de uma redundância quase enfadonha. Os ex-donos do Miramax continuam obrando milagres no que diz rspeito a vender picolé no Pólo Norte. E eu ainda ouvi por ai que é o “filme de guerra definitivo(!)” Bom, se um filme mediano é tudo isso; vivemos tempos difíceis...muito difíceis.


Na minha radiola está tocando:


Faith No More – ao vivo (da Volta) senti falta do peso da guitarra de Jim Martin.
Bad Brains – I Aganst I
The Mooney Suzuki
The Jam – The Gift

sábado, 7 de novembro de 2009

Mostra Jodorowsky no SESC centro. Imperdível!

Para quem ama cinema, o SESC está apresentando 3 filmes do "maldito" diretor chileno Alessandro Jodorowsky.
Os fimes:
Fando e Lis, de 1968 - dia 05/11
El Topo, de 1970 (clássico!) -dia 19/11
A Montanha Sagrada, de 1973 - 26/11
nos vemos lá!

É o melhor filme do ano...até The Road chegar nas telas.


BRONSON, de Nicolas Winding Refn


Ainda dentro do tema Prisão, outra película que merece ser comentada é o filme inglês, Bronson. Já tinha visto bons comentários a respeito dessa fita em outros blogs e sites de cinema mais antenados com as novidades da sétima arte. Então foi com uma certa expectativa que assisti essa realização do diretor Nicolas Winding Refn. Bastante elogiado, esse filme de prisão que venceu o London Film Festival, me surpreendeu. Esperando um bom filme, me deparei com umas das mais instigantes e originais realizações sobre o tema que vi ultimamente. Broson não é apenas um filme de prisão, acredito que se referir a ele apenas desse modo, reduz bastante seus propósitos. Não que ele não seja um filme de prisão, mas ele é bem mais que isso. Na verdade é um ataque contra o sistema carcerário inglês e sua ineficácia em relação à recuperação do individuo e inserção deste na sociedade inglesa. O que poderia ser uma narrativa simples sobre um homem que passou a grande parte de sua vida sob custodia do Estado inglês, se configurou em um estudo sobre um individuo complexo que encontrava na violência sua forma de comunicação, e a incapacidade de se adaptar a sociedade, e ela a ele. Bronson, na verdade Michael Peterson, é um notório prisioneiro inglês que passou 30 de seus 34 anos de prisão na solitária. Foi mandado para todos os tipos de prisões inglesas, manicômios e instituições, mas sempre reagia a qualquer tipo de projeto de “recuperação” com ataques violentos contra qualquer um, que eram, prontamente, revidados pelo Estado. Nicolas Winding Refn encontrou na estupenda interpretação do ator Tom Hardy (o melhor e mais impressionante trabalho que vi este ano) a perfeita encarnação da raiva incontrolável; ele nos faz acreditar que o único lugar onde Bronson se sente bem é cercado por violência. O diretor poderia se deixar levar pelo tema e fazer uma obra sobre a violência demente e sem propósito; caindo na vala comum dos realizadores atuais que vêem na exposição e na vulgarização dela um veiculo eficaz para atrair as massas sedentas por sangue. No filme, somos apresentados ao personagem pelo próprio Charles Bronsom, isto é, Michael Peterson. Antes de tudo, ele nos diz ser um ator e vai contar sua história desde infância, aparentemente sem traumas, até as ações que o levaram a uma vida inteira atrás das grades. Sempre entre o tom dramático e o satírico (às vezes parece zombar do espectador) – o personagem também esta se apresentando diante de um teatro lotado, o filme tem uma relação direta com o clássico de Kubrick, o que o parece ser inevitável em se tratando do assunto.

FUGA DE NOVA YORK, de John Carpenter



Para abrir estes comentários escolhi um dos melhores filmes da safra oitentista: Fuga de Nova York. Clássico absoluto da saudosa Sessão das Dez no SBT, que era um inferno para molecada que, assim como eu, tinha que acordar cedo no dia seguinte para cumprir seus compromissos escolares, pois todo mundo sabe que, certamente, a pontualidade não é uma das virtudes de Silvo Santos; Fuga de Nova York foi exibido à exaustão nas noites dominicais. Quando o clássico de John Carpenter era anunciado na programação da TV do homem do Baú, lá estava eu em prontidão em plena noite de domingo a espera de mais uma reprise de Cobra Plissken. Passando tanto tempo, revi esta semana, depois de alguns anos, a película de 1981. Fuga de Nova York é uma espécie de faroeste pós-apocalíptico. Para quem não sabe (será que tal ser existe?), em um futuro próximo a ilha de Manhattan se transformou em uma prisão de segurança máxima cercada por um muro de concreto de 15 metros de altura. Do lado de fora a policia está de prontidão para impedir qualquer fuga – logo no inicio da fita vemos que tal aventura será punida com a morte. Um prisioneiro de alta periculosidade está chegando à prisão no momento em que um grupo terrorista toma O Força Aérea Um e bradando contra o imperialismo ianque, joga o avião presidencial contra um prédio da cidade de Nova York. O único sobrevivente do atentado é o presidente dos EUA, vivido pelo grande Donald Pleasence em mais uma colaboração com Carpenter. Quando se descobre que o presidente, único sobrevivente fora capturado por um grupo de bandidos e qualquer ação será retalhada com a execução sumaria do Chefe de Estado americano, a solução é recrutar o homem mais perigoso dos Estados Unidos: Cobra Plissken (Kurt Russell). Ironicamente, Plissken passa de prisioneiro a única esperança de resgate do presidente. Sob o comando do chefão Halk (Lee Van Cleef, em mais uma referencia ao faroeste) Plissken é enviado para executar a missão. No meio da cidade prisão, ele se deparará com hordas de selvagens, canibais, assassinos e toda espécie de meliante. Este caos é “comando” pelo ultra-perigoso Duque de Nova York, vivido por Isaac “Shaft” Hayes. Com ajuda do Taxista Cab (Ernest Borgnine) e do homem mais inteligente da prisão, Brain (Harry Dean Stanton), Cobra Plissken, executará a missão mais perigosa e irônica de sua vida. O filme gerou dezenas de imitações; algumas até bem divertidas, outras ruins de doer. Os italianos, notórios plagiadores, deram sua contribuição com suas contrafações da película de Carpenter, mas nenhuma chegou a sua altura.
Para alguns, Fuga de Nova York não passa de uma divertida aventura B com uma espécie de Rambo anarquista. Mas para aqueles que acompanham o trabalho de John Carpenter, saberão identificar elementos de critica social inseridos no roteiro. Como um bom contrabandista, Carpenter criticar a política prisional americana através de uma “inocente” fita de ação. Com as prisões abarrotadas e a população carcerária em sua maioria formada por negros, hispânicos, pobres e excluídos; vitimas de uma sociedade que manda para traz das grades e longe de seus olhos, o que ela, na sua arrogante e preconceituosa visão de mundo, rejeita. Carpenter realizou uma diatribe contra uma política fascista do governo Norte Americano em usar a prisão como deposito de seres humanos, pois além de infratores comuns, as prisões americanas sevem para punir e tirar de circulação aqueles que se rebelaram contra o racismo da sociedade estadunidense. Em seu filme, John Carpenter abordou a problemática da situação carcerária em seu pais, mas sua abordagem pode ser perfeitamente inserida em nosso contexto, onde a violência sem limites e o Estado se omitindo cada vez mais na sua função de preveni-la – pois a prevenção é mais eficaz, mas também mais cara – opta por construir prisões onde abrigará os frutos de seu estrutural descaso com os mais pobres. Quem sabe, em um futuro não muito distante, veremos Fuga de São Paulo, Fuga de Porto Alegre ou até... Fuga de Maceió?
Depois de um período com intensas emoções, estou de volta aos comentários neste blog. Agradeço aos que mantiveram o interesse e peço desculpa pela falta de atualizações nestes dias infernais (em todos os sentidos). Como disse Nietzsche, muito bem aproveitado na abertura de Conan, O Bárbaro: “O Que não nos mata, nos torna mais forte.”

Filmes do mês de Outubro:
Inimigo público nº 1 (instinto de morte) – 8,0
Bronson – 9,0
The Last Winter – 8,0
Corrida com o diabo – 9,5
Sem saída / Eden Lake – 7,0
Vida de casado – 8,0
Ano Um – 7,5
The Man of the deep river – 5,0
Alien 3 – 9,0
Giallo – 6,0
Observe and report – 7,0
Entre o bem e mal – 8,0
Milagre em Sta. Anna – 6,0
O Rabo do Tigre – 7,5
No Direction Home – 10
Macbeth – 8,5
Fuga de Nova York – 10

domingo, 1 de novembro de 2009

Os ganhadores do Hollywood Awards.

Ator: Robert De Niro (Estamos todos Bem)

Atriz: Hilary Swank (Amelia)

Ator Coadjuvante: Christoph Waltz (Bastardos Inglórios)

Atriz Coadjuvante: Julianne Moore (A Single Man)

Direção: Kathryn Bigelow (The Hurt Locker)

Roteiro: Nora Ephron (Julie & Julia)

Atriz Revelação: Carey Mulligan (Sedução)

Ator Revelação: Jeremy Renner (The Hurt Locker)

Troféu Comédia: Bradley Cooper (Se Beber Não Case)

Um Motivo para ver Mad Max 4: Fury Road.


Anne Hathaway







Rachel Weisz







Para espantar o mal...Winona Rider







Em breve.




segunda-feira, 26 de outubro de 2009

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

The Burrowers, de J.T. Petty


Excelente crossover de western com horror. Quando uma família de fazendeiros é misteriosamente seqüestrada, um grupo de homens parte em uma arriscada missão de resgate. Não é bom contar muito, pois pode estragar a surpresa. A direção garante o suspense e foge dos clichês; mas o destaque é a atuação de Doug Hutchison, como o psicótico comandante Henry Victor. O filme pode decepcionar em alguns momentos, mas é um grande programa para quem gosta do gênero.

Depois de muita festa e um porre miserável, estou voltando.




sexta-feira, 2 de outubro de 2009

SALVE GERAL, O OSCAR E A CERVEJA.




Este blog não tem a pretensão de ser um ambiente de debates e discussões a cerca da sétima arte, sua intenção é ser um mero instrumento por onde demonstro minhas impressões sobre alguns filmes que considero relevantes – pelo menos pra mim. Mas, com a notícia de que mais uma vez o Brasil enviaria um representante ao Oscar, e esse representante é “Salve Geral” de Sergio Rezende, senti uma vontade danada de escrever sob essa decisão, no mínimo questionável, de eleger este filme como a única produção digna a nos representar na terra do tio Sam. É bom deixar claro que não vi “Salve Geral” e talvez nunca o veja, devido ao histórico filmográfico desse diretor que me desagrada bastante. Não tenho nada contra Sergio Rezende, mas seus filmes, como já vi alguém dizer: são obras cujo talento do diretor está aquém de suas histórias. Mas essa não é a questão. Posso até ser redundante na minha indagação: Mas o que diabos faz com quer um filme que ninguém ou quase ninguém viu, seja habilitado para disputa do Oscar?! Como já falei, eu ainda não vi, mas aposto com você que, seguramente, temos realizações bem mais gabaritadas para essa missão. Seria um Oscar para Globo Filmes, talvez? Quem sabe eles, da Globo Filmes, estejam desesperados por uma estatueta douradamente brega para legitimar suas produções de quinta? E quem escolheu essa “superprodução” para a corrida do Oscar? Qual estratégia adequada para se faturar um Oscar? Nos últimos anos, já enviaram um filme com um pirralho para sensibilizar os corações de pedra da academia... e nada; Já enviaram um filme com a visão global da esquerda brasileira... e nada; Tentaram Bruno Barreto (de novo!) com a versão picareta do estupendo documentário de José Padilha... e nada. Não está na hora de deixarmos de hipocrisia e mandar um legitimo representante de nosso cinema? Quem sabe se os críticos de cinema com mestrado em publicidade, tivessem votado na produção mais sincera da Globo Filmes, “Os Normais 2”, a gente tivesse alguma chance?

Este texto foi escrito ao som do senhor Skip James e seu Hard Time Killin’ Floor Blues. Cortesia do amigo Gustavo.

Meus amigos, estarei me casando por esses dias e devido a esse evento, me ausentarei por um pequeno período de nosso blog. Mas logo estarei de volta, agora um homem sério e casado e com uma ressaca das boas! Até a próxima.
Outra coisa, essa é pra o “Moreno do Sheddar”: vai perder essa, meu velho!

SUKIYAKI WESTERN DJANGO, de Takashi Miike



Estava na captura desse filme a um tempão. E no meio dessa correria toda, me deparei com essa grata surpresa. Provavelmente o cara que me vendeu, não tinha mínima idéia do que se tratava, e vai empurrar o filme na galera achando que é um faroeste qualquer. Vai ter a freguesia voltando lá indignada querendo a grana de volta! Não que o filme seja ruim, longe disso. É que não um filme é pra todo mundo.
Trata-se de um Western anárquico do maluco cineasta japonês. Miike mistura Mangá, faroeste italiano e filme de samurai numa obra irregular, porém agradável para os fãs desse incansável realizador nipônico. O filme é inclassificável. Mas suas principais referências são os filmes Yojimbo, de Akira Kurosawa no qual outra referencia citada por Miike, “Por um Punhado de Dólares”, de Sergio Leone, foi baseado e, obviamente, o clássico Django, de Corbucci. No filme, um estranho sem nome chega a uma cidade dominada por duas facções de bandidos. Sua presença causa um reboliço na cidade e sua habilidade no gatilho será disputada pelas gangues rivais; igualzinho a Yojimbo, como igualzinho a “Por um Punha de Dólares”. E tome humor negro, violência, pirações e um inacreditável duelo de espada samurai com revólver! O filme tem ainda a famosa participação de Tarantino – retribuindo a (participação) de Miike no insosso “Albergue”. Não é o Miike de “Audition”, que pra mim é sua obra prima, mas também não é o de “Morrer ou Viver 2”, que é um vacilo na sua extensa filmografia. Fica no meio termo. Não é genial, mas é diversão garantida... Se você entender o espírito da coisa, claro.
PS: esse texto foi escrito com a colaboração do Whitesnake e seu “Live...In The Heart Of The City”. Pode falar o que quiser, mas esse disco é bom!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

INTRIGAS DE ESTADO, de Kevin Macdonald



Quem me conhece sabe que o thriller político está entre os meus gêneros cinematográficos preferidos. Entre westerns, horror e noir está lá, no meu coração e na estante, um lugar garantido ao suspense político. Na verdade, gosto de qualquer gênero que, no seu roteiro, tenha contornos políticos. As fitas italianas dos anos sessenta e setenta são seguramente as minhas preferidas. E foi com grande expectativa que aguardei desde que soube que o diretor do doc “O Inimigo de meu inimigo”, sobre Klaus Barbie, o açougueiro de Lyon, estava no comando da produção. E foi também com um pouco de apreensão que fiquei ao saber que o filme, na verdade, se tratava de uma refilmagem, ou melhor, adaptação de uma série inglesa da BBC. Com dinheiro dos gringos mandando na produção, o ambiente teve que ser alterado de Londres para a capital dos Estados Unidos, pois todo mundo sabe que os americanos adoram falar de si mesmos e estão cagando para o que acontece no resto da humanidade. Outro ingrediente que deixou a produção um pouco mais interessante foi à demissão de Brad Pit pelo diretor Kevin Macdolnad, sob o pretexto das famosas divergências artísticas. Pois bem, finalmente pude conferir a película, e ai estão minhas humildes considerações sobre o filme: Não vi a série, mas é óbvio que Rossel Crowe se encaixa bem melhor no papel de jornalista gordo e desleixado do que Pitt, sem falar que é um ator australiano é mil vezes melhor do que o galã politicamente correto. Outro aspecto que torna o filme interessante é a questão da terceirização da guerra, que faz com que empresas, contratadas pelo governo, encham seus cofres com o envio de mercenários para os campos de batalha – essa prática é velha. Embora eu não tenha a menor capacidade de analisar a atuação de ninguém – reconheço que não entendo nada de cinema e muito menos da labuta dos atores – gostei bastante do trabalho do elenco, sobretudo de Rossel Crowe e a Helen Mirren; mas acho que o Bem Affleck está se tornado um bom ator, porque de direção ele já entende. Na trama, um jornalista das antigas e de faro apurado, investiga a morte de um morador de rua. Esse fato o vai levar a outros desdobramentos (e mais mortes) que terão implicações, como o próprio nome já adianta, com membros do poder. A direção de Kevin Macdolnad opta pelo estilo câmera na mão (o cara também é documentarista, certo?) que cai como uma luva para tramas políticas, ressaltando o clima jornalístico/investigativo do filme. O ponto negativo recai sobre a narrativa esquemática da trama. Começa com um assassinato, a investigação e a elucidação do enigma no final. Mas isso é um suspense ou não é? Se fosse no mundo real, o desfecho seria muito diferente...
Outra coisa, pra quem gosta de desse tipo de filme, “Quebra de confiança”, de Billy Ray é tão bom quanto, se não for melhor. Não tem diretor conhecidão, elenco de medalhões, mas tem o Chris Cooper mais uma vez botando pra quebrar e é um filmaço!
Plagiando uns blogs que vi por ai: Porque sempre escrevo acompanhado, elaborei esse texto com a inestimável colaboração dos Stones e seu magnífico “Exile on Main St.” Até mais!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O Melhor filme do ano que ainda não vi.


A Wedding, de Robert Altman


Mil desculpas pela falta de atualizações no nosso malacabado blog, é que meu casório está se aproximando e o tempo que já era escasso praticamente sumiu. Vou atualizá-lo dentro do possível. Até mais e fiquem com uma dica de vosso amigo.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Falando em Bluebarry...




Juliette Lewis


Até agora...

CAÓTICA ANA, de Julio Médem - 7,0
SOB O DOMINIO DO MAL, de John Frankenheimer - 8,5
GRACE, de Paul Solet - 8,0
DRAG ME TO HELL,de Sam Raimi - 8,5
ESTÔMAGO,de Marcos Jorge - 8,0
ANJOS E DEMÔNIOS, Ron Howard - 5,0
VILLA RIDERS, de Buzz Kulik - 7,5
PRÍNCIPE DAS SOMBRAS, de John Carpenter -8,0
BLUEBARRY, de Jan Kounen - 7,5

1952-2009


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Drag Me To Hell, de Sam Raimi




Excelente retorno de Sam Raimi ao universo do horror. Após dessente anos, Raimi volta ao gênero que o revelou para o mundo com um filme que, embora não tenha a genialidade e brutalidade de Evil Dead, tem elementos que agradam a qualquer fã de cinema fantástico. Temos referencias a Jacques Tourneur e ao cinema de horror dos anos oitenta. Temos a presença do tinhoso, magia negra, pragas, maldições, sacrifícios, possessões por entidades malignas e a familiar nojeira desvairada. A imprensa se referiu aos arquétipos do horror “subvertidos” por Raimi ou ao excesso de CGI no filme. Nem uma coisa nem outra, o cinema de terror dos anos setenta era de um pessimismo só e, além de tudo, era comum a subversão de modelos criados pelo cinema fantástico ao longo dos anos, por tanto, Raimi não subverte nada neste filme! Existe sim o uso do famigerado CGI, mas de forma comedida e não desnecessária como quiseram imputar ao filme, que recebeu criticas injustas dos dois lados: os que, exageradamente, o enalteceram como um filme de caráter inovador; e os que sentaram o pau na obra, ressabiados por não terem um novo A Morte do Demônio. Raimi amadureceu como cineasta e os anos de labuta cinematográfica lhe deram segurança e bom senso na construção da narrativa fílmica. Pode não ter o mesmo impacto que Evil Dead teve nos anos oitenta, mas com certeza, é uma das melhores realizações no estilo que o cinemão ianque produziu nos últimos tempos. Se você está cansado de refilmagens sacanas e não tem tempo ou condições para garimpar o cinema de horror pelos confins da terra, Drag Me to Hell surge como um alento para os sofridos fãs do gênero.



A trama: Você já ta cansado de saber que Alison Lohman (Christine Brow) vai passar, literalmente, o diabo por não ter sido uma alma caridosa. Ambiciosa funcionaria de um banco, Christine disputa com um colega o cargo de vice-diretora de sua área. Disposta a impressionar o chefe, se recusa a atender os apelos de uma velha cigana por um prazo maior para não ter sua casa tomada pelo banco. A véia, depois de ter sido humilhada, pede ao demônio Lamia que venha reclamar a alma de Christine em três dias. Dentro desse período, ela ira se dar conta que a cigana não estava brincando e tentará de todas as formas, com a ajuda do namorado e de um vidente, se livrar da praga demoníaca. Se esse filme tivesse sido feito nos anos oitenta, seria uma ótima crítica ao individualismo e a ganância do american way da era Reagan. Na verdade, Lamia é uma espécie de diabo justiceiro que caça impiedosamente a almas dos pecadores. Logo no começo da fita, vemos do que ele é capaz quando vem atrás de um moleque que surrupiou um colar de uma cigana. Seria legal vê-lo perseguindo certos críticos de cinema, não seria?





sexta-feira, 4 de setembro de 2009


Gostaria de agradecer a algumas pessoas pela divulgação desse humilde espaço no universo blogueiro e, sobretudo, dar boas vindas aos colegas de enfermaria que estão me dando à honra das visitas. A luta continua!


Filmes do mês:


O Estranho que nós amamos - 8,5
Karula – 7,5
Kaidan – 7,5
JCDV – 8,0 (!)
O Novo mundo – 8,0
Inimigos Públicos – 8,5
Saló ou Os 120 dias de Sodoma – 10
Mangue Negro – 8,0
Killshot – 5,0
Essa mulher é proibida – 8,0

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Willian Friedkin

SORCERER, de Willian Friedkin


O ano é 1973 quando um filme de horror chocou o mundo todo com sua abordagem realista sobre uma menininha possuída por uma entidade diabólica: “O Exorcista” se tornou o maior filme de terror de todos os tempos e um dos melhores filmes já realizados, alçando seu jovem, arrogante, genioso e extremamente talentoso diretor ao patamar dos grandes realizadores surgidos na espetacular safra de sessenta/setenta nos Estados Unidos. Eram novos talentos que viam para renovar o carcomido cinema ianque e para os engravatados de Hollywood isso significava retorno lucrativo para os cofres dos grandes estúdios, tornando esses jovens idealistas viáveis, ou seja, lucro certo. Contudo, o sucesso dava poder e esse poder se configurava em liberdade criativa para tocar projetos ambiciosos e pessoais. Foi assim com Coppola em “Apocalypse Now” e Cimino em “O Portal do Paraíso”, entre outros. Os estúdios deram a chave do cofre para esses caras e a criatividade ralou solta, sem rédeas; mas tarde, cabeças rolaram. Friedkin não fugiu a regra e, guardada as devidas proporções, Sorcerer, de 77 foi seu “Apocalypse Now”.
Segundo contam, Willian Friedkin queria Steve McQueem para o papel principal, mas McQueem recusou por está envolvido em outro projeto. O papel acabou ficando com Roy Scheider, que retribuiu com o melhor desempenho de sua carreira. Com varias indicações no currículo e uma estatueta sobre a lareira, Friedkin queria (re)filmar um clássico do cinema francês: “O Salário do Medo”, de Henri-Georges Clouzot. Pegou dinheiro da Paramont e da Universal e se mandou com Roy Scheider para a America Central e lá realizou uma das obras mais impressionantes sobre desespero e ambição humana que já vi na vida. Com perdão dos cinéfilos, mas está no top de “O Tesouro de Sierra Madre”, do mestre John Huston.
Na trama, quatro homens, de diferentes cantos do mundo, comentem atos questionáveis e por causa deles, são forçados a buscar refugio em um buraco do terceiro mundo. Encontramos esses proscritos vivendo em uma favela próxima a um campo de exploração de petróleo. Eles não se conhecem, mas acabam se juntando ao aceitar uma missão suicida: transportar de caminhão através de uma floresta um carregamento de dinamite encharcada de nitroglicerina para um campo de exploração em chamas. Embora seja uma missão mortal, os fugitivos têm que disputá-la com os outros moradores da região - o requinte de crueldade dessa cena é pau! Friedkin expõe a dura situação da America Latina e a cruel exploração dos trabalhadores que se submetem a qualquer tipo de serviço para sobreviver, além de denunciar o roubo dos recursos naturais do terceiro mundo pelos colonizadores.
Com um estilo semi-documental, ao captar imagens duras, o diretor leva o espectador a um pesadelo nas profundezas da selva e da alma de cada personagem: a sequencia em que Roy Scheider enlouquece no meio da floresta é foda! E isso não é nada comparado ao que ainda estaria por vir. O diretor realizou seu “No Coração das Trevas”. Com sua visão intransigente, cometeu um filme árido e cruel, abordando questões sociais e existenciais através de imagens de grande impacto que ficarão na minha memória por muito tempo. Sorcerer fracassou nas bilheterias e foi ignorado pela crítica; Friedkin pagou caro, e pensa que ele aprendeu? Logo viria com Cruising aka “Parceiros da Noite”, mas isso já é uma outra história...

Spetters, de Paul Verhoeven


Sem concessões, Verhoeven fez um drama duro e amargo. É uma espécie de "Loucuras de Verão" hard-core. Embora irregular, Spetters é um belo filme, mas um filme para poucos.

Soldier of Orange, de Paul Verhorven


Filmaço! Excelente drama de guerra que projetou o nome Verhoeven
nos EUA. Concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009






Ando meio sem tempo, mas "Sorcerer" merece uma atenção especial por parte deste Blog. Logo mais, postarei informações e comentarei essa impressionate realização de Willian Friedkin.

Filmes do Mês

Até agora...

Sorcerer: 10
Long Riders: 9,5
Pequeno Grande Homem: 10
Katin: 7,5
O Otário: 8
O Último Trem: 7,5
Frost/Nixon: 8
Beijo Roubado: 7
Spitters: 8,5
The Spirit: 3,0
Pacto de Justiça: 9
Audition: 9
The Getaway: 9,5
Duplicity: 7
The International: 7
Cemitério sem Cruzes: 8,5
Ninho de Cobras: 8,5
Lago Congelado: 7,5
Stuck: 8

segunda-feira, 17 de agosto de 2009



Olá, amigos!


Força$ oculta$ me mantém, temporariamente, afastado deste blog...logo estarei de volta pra falar de "Southern Comfort", por exemplo.

Inté.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Vingador Silencioso, de Sergio Corbucci


Um dos grandes eurowestern já realizados. O diretor dos westerns políticos, Corbucci, realizou em 1968 esse filme que é considerado sua obra-prima, o que não é pouca coisa para o cara que fez Django, Compañeiros! e The Mercenary. Trocando o sol escaldante do Novo México pelas geladas montanhas de Utah, O Vingador Silencioso é um filme surpreendente em vários aspectos: temos um herói que não dá uma única palavra durante o filme todo, temos um bandido sarcástico que, embora seja um canálha, age dentro da lei e, sobre tudo, um final que é um soco no estomago do espectador. Na trama, estamos nas montanhas cobertas de neve do estado de Utah. Um inescrupuloso e cruel empresário, expulsa da cidade de Snowhill quem discorda de seus métodos. Com o rigoroso inverno, os exilados são abandonados para morrer nos arredores da cidade. Não suportando tal condição, alguns se rebelam e começam a roubar para sobreviver. Assustado com os saques, os empresários que dominam a cidade, contratam grupos de mercenários para dar cabo dos rebeldes. Entres os mercenários, está o sarcástico e impiedoso Loco (Klaus Kinski) que persegue e executa sem piedade os rebelados. Agindo a serviço da justiça, os mercenários vão capturando e matando que até que um estranho pistoleiro chamado Silence (Jean-Luis Trintingnant), age em defesa dos famintos exilados. Com mais uma bela trilha sonora do onipresente Ennio Morricone e ótima fotografia de Silvano Ippoliti que soube tirar proveito das locações nas montanhas perto de Cortina d’Ampezzo, norte da Itália, The Great Silence é mais um exemplo da ousadia e da capacidade de Corbucci de discutir questões políticas através de seus filmes. É bom lembrar que o filme foi realizado em 68 e o mundo passava por um período de turbulência política, sobretudo na América Latina (o Brasil vivia o AI-5) onde grupos armados (grupos de extermínio) mantidos por empresário e banqueiros com apoio do Estado, agiam torturando e matando quem se manifestasse contra o modelo político/econômico imposto pelos EUA a America Latina. Junto com dois grandes atores, Cobucci criou uma fabula cruel e violenta como poucas vistas no cinema.