domingo, 12 de abril de 2009

Salem's Lot, de Tobe Hooper

Lá pelos anos setenta, Tobe Hooper era um cara muito, muito talentoso. Ele estava prestes a fazer seu melhor trabalho, Poltergeist (antes dirigiu Fan House) quando realizou esta, realmente, assustadora adaptação de Stephen King. Esse texano amalucado teve um início de carreira altamente promissor que se encerraria, de forma melancólica, em meados dos anos oitenta. Contudo, no inicio de sua carreira, Hooper era extremamente criativo e botava pra quebrar com excelentes fitas de horror e ficção. Ao contrário de hoje, em que sua vida se resume a dirigir episódios de series fantásticas e cometer obras constrangedoras.
O ano era 1979 e Hooper estava no auge do seu talento e entregou uma obra que vai muito além das outras (chatas) adaptações do escritor para as telas; é, sobretudo, um excelente conto de horror vampírico com citações claras a Nosferatu. O filme conta a história de um escritor (David Soul da saudosa série Starsky and Hutch), nascido na cidade de Salem’s Lot que retorna depois de anos para escrever um livro sobre a misteriosa mansão Mastern, e acaba enfrentando uma invasão de terrivéis vampiros. O filme ainda conta com as ilustres presenças de Bonnie Bedelia (a senhora MacClane dos dois primeiros Die Hard) e o grande James Mason em uma atuação sinistra. Com exceção de sua fraca continuação, Salem’s Lot nunca foi lançado em vídeo no Brasil; entretanto, existe uma espécie de refilmagem até rasoável chamada Mansão Mastern, com Rob Lowe . Mas, como sempre, o original é muito melhor.
Pra quem é (como eu) um fã de Let the Right on in, Salem’s Lot reafirma seu valor.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Che

Confesso que tive certa apreensão com relação ao filme. Gosto do Sodebergh, mas não levava muita fé no seu épico sobre o guerrilheiro argentino, um diretor americano não caia bem. A imprensa direitista, logo se apressou em detonar o filme; não desqualificando ou satanizando como estão acostumados a fazer em se tratando da figura de Che, mas, sorrateiramente, apontando defeitos inexistentes na obra (o Sabujo direitista tem medo de ser reacionário e posa jornalista ético e imparcial). Como acreditar, por exemplo, na critica da Bravo a respeito do filme depois do que a Veja, do mesmo dono, fez com a figura do mito. É obvio que tenho uma tremenda simpatia pela figura de Guevara e só acharia o filme ruim se fosse mesmo uma merda; o que, definitivamente, não é. Che - o argentino e Che - Guerrilha (é) um filmaço em duas partes onde Sodembergh entrega uma obra documental e realista, tendo como escopo os diários de Che. É um filme de guerra onde o que menos importa é a guerra e sim o drama de um homem que leva seus sonhos ao limite. A interpretação premiada de Del Toro dispensa comentários e o realismo das cenas e a opção do diretor em evitar o sentimentalismo barato – a história já é emocionante por si só- são os pontos fortes deste filme. Ou seja: Altamente recomendado.

Quem aposta neste filme?

Novo filme de horror de Sam Raimi.

domingo, 5 de abril de 2009

The Road

Dirigido por um dos diretores preferidos deste blog, John Hillcoat, de A Proposta; The Road tem tudo pra ser o melhor filme do ano. Baseado num livro do escritor de Onde os Fracos não têm Vez, The Road conta a história de um pai que tem que proteger seu filho num mundo pós- apocalíptico. E ainda tem Charlize Theron no elenco...

Não é mais um Cidade de Deus italiano.

Mais um filme que recebe o carimbo: “Cidade de Deus não sei lá do quê.” Isso já ta pegando mal e já passou da hora de Fernando Meireles começar a cobrar uns “hoyatesinhos” por aí; o que não é o caso de Gomorra. Diferente do filminho de Danny Boy, esse anti-poderoso chefão, tem personalidade de sobra. A opção do diretor por uma narrativa documental de ritmo lento e realista evidencia a honestidade do filme que está muito longe de um Cidade de Deus italiano. Já o de Denny Boy é outra coisa, não é comparação é plágio mesmo. Não achei Gomorra essa maravilha que estão falando por aí. Dizem que é uma espécie de renascimento do cinema italiano que andava sem relevância ultimamente. Tudo isso não passa de bobagem de jornalistasinho safado. Na verdade, pra quem conhece o cinema italiano, ele sempre foi, pelo menos pra este blog, de uma tremenda importância; Pupi Avanti, Michele Soavi e Argento, sempre mantiveram minha atenção voltada para o país de Mario Bava. Embora não ache Gomorra tudo isso, o filme está longe de ser ruim e é uma ótima opção para quem gosta de filmes máfia ralé no estilo Scorsese, aquele tipo de filme que opta por não romantizar ou mitificar o universo mafioso. Em Gomorra, não existe espaço para honra, moral ou outras questões nobres, o universo da Camorra, violenta organização italiana, é retratado de forma seca e realista onde os instintos mais baixos e desprezíveis do ser humano imperam sem dó nem piedade.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

MARTYRS

Fazia tempo que um filme não me incomodava tanto. A verdade é que fiquei impelido a descer o pau em Martyrs por causa de seu extremismo. Não é a sangreira que me incomodou; mas forma como o diretor vai nos agredindo através das impressionantes e cruéis cenas de tortura. Sou um bicho tarimbado em filmes extremos e não é do meu feitio me impressionar facilmente, mas, confesso que em algumas cenas, o bicho pegou pro meu lado e eu me perguntava; será que o cinema tem que chegar a um patamar de tamanha brutalidade para provocar e confrontar o público? Será que isso é um reflexo de nossa insensibilidade diante da violência? Ou é pura –termo manjado – pornografia? Só sei meu amigo, que independente de ser um filme de arte para confrontar um público incessível é ávido por violência ou - acho que não - puro explotation mercantilista, não quero rever nem tão cedo.