domingo, 17 de maio de 2009

Gran Torino, Clint Eastwood


Para boa parte da critica e da cinefilía, Clint Eastwood só passou a ter relevância após o êxito de conquistar um Oscar com os Imperdoáveis. Mas um diretor talentoso já despontava em seu primeiro filme, “Play Misty for Me” de 1971, dando sequência a ótimas obras, sobretudo westerns como no excelente e sobrenatural “O Estranho sem Nome”. Diretor capaz de abordar temas duros e sensíveis com a mesma propriedade, Eastwood construiu uma carreira sólida como ator/diretor que, apesar de alguns (poucos) filmes a baixo da média, nunca realizou uma película realmente ruim, ao contrario de seus contemporâneos -que começaram um pouco antes- Scorsese e Coppola, por exemplo. Seu novo filme,”Gran Torino” vem danado seguimento a uma excelente fase que não dá sinais de desgaste ou esgotamento, Clint que nasceu no dia 31 de maio de 1930 em San Francisco, continua mantendo o alto nível de seus filmes anteriores. Neste filme, Eastwood interpreta um veterano da guerra da Coréia ranzinza e rancoroso que tem como passatempo rosnar e afrontar as pessoas. Com a morte da esposa e o péssimo relacionamento com os filhos, Walt Kowalski vive solitário com sua cadela Dayse em sua residência tipicamente americana, até essa paz ser quebrada por uma família de imigrantes de uma determinada região do Vietnam. Kowalski que representa um país xenófobo, preconceituoso e arrogante, terá que entender que seu tempo já passou e, para seu próprio bem, se abrir para uma nova realidade que se apresenta e encontrar, num menino solitário dessa família, a chance de se redimir e se libertar de eventos do passado. É claro que você já viu essa história antes, mas não contada como Clint Eastwood sabe contar.
Nota: de zero a dez – 9,0