segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Drama no Chile e "A Montanha dos Sete Abutres".



O drama dos mineiros presos a setecentos metros de profundidade no Chile me lembra um clássico do cinema dirigido por Billy Wilder em 1951. No filme, o personagem de Kirk Douglas (um inescrupuloso jornalista) aceita um emprego num jornaleco de fim de mundo e ver, no drama de um mineiro soterrado, a chance de sua autopromoção.

“a morte de centenas ou milhares de pessoas não tem o mesmo interesse que a morte de uma única pessoa” (Charles Tatum)

Do lado de cá da realidade, “... várias das famílias dos mineiros presos no norte do Chile apresentaram uma querela por quase delito de homicídio contra os donos da mina que desmoronou no passado 5 de agosto”. A grande mídia, pelo menos até agora, não procurou responsabilizar os donos das minas pela situação dos trabalhadores. É notória a condição absurdamente precária de trabalho dos mineiros, mas essa questão é raramente citada nas reportagens. Os familiares alertam que “as minas fechadas não dispunham de refúgios, nem de túneis de ventilação, também não tinham vias de evacuação”.
“De acordo com a publicação, "as medidas de prache" pretende anular "a responsabilidade criminosa do sistema nas tragédias coletivas e individuais".

Resta-nos a torcida pelo mais breve retorno dos trinta e três trabalhadores aos seus familiares, e que, de sua parte, a imprensa cubra com honestidade e objetividade este caso, não só se restringindo ao drama dos mineiros, mas apontando os responsáveis pelo descaso e pela desumana exploração dos mineradores chilenos.