segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Drag Me To Hell, de Sam Raimi




Excelente retorno de Sam Raimi ao universo do horror. Após dessente anos, Raimi volta ao gênero que o revelou para o mundo com um filme que, embora não tenha a genialidade e brutalidade de Evil Dead, tem elementos que agradam a qualquer fã de cinema fantástico. Temos referencias a Jacques Tourneur e ao cinema de horror dos anos oitenta. Temos a presença do tinhoso, magia negra, pragas, maldições, sacrifícios, possessões por entidades malignas e a familiar nojeira desvairada. A imprensa se referiu aos arquétipos do horror “subvertidos” por Raimi ou ao excesso de CGI no filme. Nem uma coisa nem outra, o cinema de terror dos anos setenta era de um pessimismo só e, além de tudo, era comum a subversão de modelos criados pelo cinema fantástico ao longo dos anos, por tanto, Raimi não subverte nada neste filme! Existe sim o uso do famigerado CGI, mas de forma comedida e não desnecessária como quiseram imputar ao filme, que recebeu criticas injustas dos dois lados: os que, exageradamente, o enalteceram como um filme de caráter inovador; e os que sentaram o pau na obra, ressabiados por não terem um novo A Morte do Demônio. Raimi amadureceu como cineasta e os anos de labuta cinematográfica lhe deram segurança e bom senso na construção da narrativa fílmica. Pode não ter o mesmo impacto que Evil Dead teve nos anos oitenta, mas com certeza, é uma das melhores realizações no estilo que o cinemão ianque produziu nos últimos tempos. Se você está cansado de refilmagens sacanas e não tem tempo ou condições para garimpar o cinema de horror pelos confins da terra, Drag Me to Hell surge como um alento para os sofridos fãs do gênero.



A trama: Você já ta cansado de saber que Alison Lohman (Christine Brow) vai passar, literalmente, o diabo por não ter sido uma alma caridosa. Ambiciosa funcionaria de um banco, Christine disputa com um colega o cargo de vice-diretora de sua área. Disposta a impressionar o chefe, se recusa a atender os apelos de uma velha cigana por um prazo maior para não ter sua casa tomada pelo banco. A véia, depois de ter sido humilhada, pede ao demônio Lamia que venha reclamar a alma de Christine em três dias. Dentro desse período, ela ira se dar conta que a cigana não estava brincando e tentará de todas as formas, com a ajuda do namorado e de um vidente, se livrar da praga demoníaca. Se esse filme tivesse sido feito nos anos oitenta, seria uma ótima crítica ao individualismo e a ganância do american way da era Reagan. Na verdade, Lamia é uma espécie de diabo justiceiro que caça impiedosamente a almas dos pecadores. Logo no começo da fita, vemos do que ele é capaz quando vem atrás de um moleque que surrupiou um colar de uma cigana. Seria legal vê-lo perseguindo certos críticos de cinema, não seria?