quarta-feira, 30 de setembro de 2009

INTRIGAS DE ESTADO, de Kevin Macdonald



Quem me conhece sabe que o thriller político está entre os meus gêneros cinematográficos preferidos. Entre westerns, horror e noir está lá, no meu coração e na estante, um lugar garantido ao suspense político. Na verdade, gosto de qualquer gênero que, no seu roteiro, tenha contornos políticos. As fitas italianas dos anos sessenta e setenta são seguramente as minhas preferidas. E foi com grande expectativa que aguardei desde que soube que o diretor do doc “O Inimigo de meu inimigo”, sobre Klaus Barbie, o açougueiro de Lyon, estava no comando da produção. E foi também com um pouco de apreensão que fiquei ao saber que o filme, na verdade, se tratava de uma refilmagem, ou melhor, adaptação de uma série inglesa da BBC. Com dinheiro dos gringos mandando na produção, o ambiente teve que ser alterado de Londres para a capital dos Estados Unidos, pois todo mundo sabe que os americanos adoram falar de si mesmos e estão cagando para o que acontece no resto da humanidade. Outro ingrediente que deixou a produção um pouco mais interessante foi à demissão de Brad Pit pelo diretor Kevin Macdolnad, sob o pretexto das famosas divergências artísticas. Pois bem, finalmente pude conferir a película, e ai estão minhas humildes considerações sobre o filme: Não vi a série, mas é óbvio que Rossel Crowe se encaixa bem melhor no papel de jornalista gordo e desleixado do que Pitt, sem falar que é um ator australiano é mil vezes melhor do que o galã politicamente correto. Outro aspecto que torna o filme interessante é a questão da terceirização da guerra, que faz com que empresas, contratadas pelo governo, encham seus cofres com o envio de mercenários para os campos de batalha – essa prática é velha. Embora eu não tenha a menor capacidade de analisar a atuação de ninguém – reconheço que não entendo nada de cinema e muito menos da labuta dos atores – gostei bastante do trabalho do elenco, sobretudo de Rossel Crowe e a Helen Mirren; mas acho que o Bem Affleck está se tornado um bom ator, porque de direção ele já entende. Na trama, um jornalista das antigas e de faro apurado, investiga a morte de um morador de rua. Esse fato o vai levar a outros desdobramentos (e mais mortes) que terão implicações, como o próprio nome já adianta, com membros do poder. A direção de Kevin Macdolnad opta pelo estilo câmera na mão (o cara também é documentarista, certo?) que cai como uma luva para tramas políticas, ressaltando o clima jornalístico/investigativo do filme. O ponto negativo recai sobre a narrativa esquemática da trama. Começa com um assassinato, a investigação e a elucidação do enigma no final. Mas isso é um suspense ou não é? Se fosse no mundo real, o desfecho seria muito diferente...
Outra coisa, pra quem gosta de desse tipo de filme, “Quebra de confiança”, de Billy Ray é tão bom quanto, se não for melhor. Não tem diretor conhecidão, elenco de medalhões, mas tem o Chris Cooper mais uma vez botando pra quebrar e é um filmaço!
Plagiando uns blogs que vi por ai: Porque sempre escrevo acompanhado, elaborei esse texto com a inestimável colaboração dos Stones e seu magnífico “Exile on Main St.” Até mais!