quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Profeta, de Jaques Audiard


Este excelente thriller dramático vindo da França recebeu críticas entusiasmadas por onde passou. A história mostra a ascensão de Tahar Rahim no mundo do crime. Preso por agressão a um policial, o jovem, de origem argelina, é atirado às feras na penitenciária. O que deveria ser uma atitude (re) educacional por parte do Estado, revela-se justamente o oposto: o sistema penitenciário francês é retratado como um depósito de seres humanos rejeitados pela sociedade racista; em sua maioria, para não dizer totalidade, os prisioneiros são imigrantes convertidos em assassinos, mafiosos, traficantes e todo tipo de transgressores.

Sem cair no maniqueísmo ou no moralismo, o filme apresenta personagens movidos pelo instinto de sobrevivência que jogam de acordo com as regras locais, onde o conceito de "certo ou errado" dar lugar ao "viver ou morrer".

“O Profeta” já foi comparado ao “Poderoso Chefão” ou “Scarface”. Acho que as comparações sejam injustas com a fita de Audiard, diretor do aclamado “De Tanto Bater Meu Coração Parou”: tirando o tema da escalada dentro de organizações criminosas, “O Profeta” tem uma abordagem mais intimista, psicológica e social. O interesse de Audiard está no que acontece no interior de seu personagem, dando origem, sobretudo, a um drama psicológico pesado e surpreendente.