quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Força Sinistra, de Tobe Hooper

“Toda geração tem o Drácula que merece”... Nos anos oitenta tivemos Mathilda May.



O realizador texano Tobe Hooper tem, pelo menos, quatro clássicos no seu currículo: “O Massacre da Serra Elétrica” (75), “The Funhouse” (81), “Poltergeist” (82) e este “Lifeforce” (85) ou Força Sinistra, como ficou conhecida no Brasil está produção do grupo Canon (produtora dos picaretas Golan-Globus, responsáveis por vários sucessos B dos anos oitenta). “Lifeforce” é uma excelente mistura de horror e ficção que homenageia tanto as produções realizadas durante a paranóia comunista no auge da guerra fria (como Vampiros de Almas, de Don Siguel) como as famosas histórias vampirescas da Hammer.





No filme, vampiros do espaço vêm a terra sugar a alma dos terráqueos. Um grupo de militares e cientistas busca, desesperadamente, uma maneira de impedir este terrível plano. Nas películas tradicionais, a vida da vitima indefesa é tomada partir do sangue que é drenado de suas artérias pelo vampiro; no filme de Hooper, em vez de presas afiadas, os vampiros tomam a energia vital dos seres humanos através de um beijo, tornando-os cadáveres ambulantes e espalhando o caos em Londres.




No fundo, “Lifeforce” é o meio que o diretor Hooper e o roteirista Dan O’Bannon, encontraram, utilizando o livro “Vampiros do Espaço”, de Colin Wilson, para prestar uma homenagem muito respeitosa aos filmes de vampiros. Na trama o vampirismo é mencionado como uma lenda surgida a partir dos seres espaciais em sua visita anterior a terra, quando também chegaram acompanhado o cometa Halley. Além do ótimo roteiro do mestre Dan O’Bannon e dos fantásticos efeitos especiais, o destaque fica para a inesquecível performance da bela atriz Mathilda May (que parece ter sido transportada direto das produções da Hammer para 1985), encarnando uma espécie de versão feminina do conde Drácula. Quem já teve a oportunidade de conferir este filme que é um dos maiores clássicos dos anos oitenta, sabe bem do que estou falando. De qualquer forma, Lifeforce é um filme obrigatório para apreciadores do gênero que tanto sofrem hoje com a vulgarização do gênero na forma de vampirinhos românticos que brilham ao sol.

Em tempo, não é a primeira vez que o diretor Tobe Hooper aborda o tema do vampirismo, ele já fez isto antes no excelente “Salen’n Lot”, baseado num livro de Stephen King. De modo que, Lifeforce é um retorno ao tema deste grande diretor que enfrenta há algum tempo, um grave bloqueio criativo. Ficamos, no entanto, aguardando ansiosamente o retorno de Tobe Hooper aos bons tempos e que não demore tanto quanto a próxima visita do cometa Halley.